Apresentamos uma dica de leitura com o livro “Ahmed foge da guerra” e atividades para organizar este mês com os alunos.
Nesta terça-feira (12/8), o Brasil celebra o Dia Nacional dos Direitos Humanos, instituído em 2012 em homenagem à líder sindical e defensora dos trabalhadores rurais Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 a mando de proprietários de terras. Sua luta por justiça e dignidade marcou a história do país e seu caso, emblemático das violações ocorridas durante o regime militar e ainda persistentes nos dias atuais, foi levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em 2021, reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro por diversas violações, incluindo o direito à vida, à integridade pessoal, à livre associação e ao acesso à justiça.
A memória de Margarida é relembrada também na Marcha das Margaridas, ato que a cada quatro anos mobiliza milhares de mulheres trabalhadoras rurais em Brasília para reivindicar direitos e políticas públicas. Atualmente, à luta das mulheres do campo somam-se as vozes das mulheres das cidades e das florestas, formando uma mobilização coletiva por direitos, igualdade e justiça social.
Mais de quatro décadas após sua morte, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos no campo dos direitos humanos. Segundo dados do governo federal, os direitos mais violados no país incluem: o direito ao salário mínimo, o direito ao trabalho, à saúde, à juventude e os direitos das pessoas privadas de liberdade.
Educação como caminho para a transformação
Trabalhar o tema dos Direitos Humanos em sala de aula é essencial para formar cidadãos conscientes, empáticos e capazes de lutar por justiça social. Além de discutir conceitos e leis, é fundamental criar um espaço para debates, reflexões e vivências que aproximem os estudantes da realidade de quem sofre violações.
Uma forma de introduzir o assunto é por meio da literatura, que possibilita o contato com histórias que despertam emoção e senso crítico.
Dica de leitura: “Ahmed foge da guerra”
O livro “Ahmed foge da guerra”, da escritora Isa Colli (Colli Books Editora), é um excelente recurso para abordar os direitos humanos com crianças e adolescentes.
A obra narra a trajetória de Ahmed, um menino de 12 anos que vive em um país do Oriente Médio assolado pela guerra. Diante da violência e da fome, sua família decide fugir em busca de segurança e paz. A jornada é marcada por incertezas, mas também por solidariedade, esperança e a determinação de reconstruir a vida.
Por meio de uma narrativa sensível e envolvente, Isa Colli mostra a resiliência das crianças em situações extremas e provoca os leitores a pensarem sobre o impacto dos conflitos armados e a importância de se garantir a dignidade humana.
Atividades para trabalhar Direitos Humanos em sala de aula:
1. Roda de conversa sobre direitos
Liste com os alunos os principais direitos humanos e discuta exemplos de situações reais de violações e conquistas.
2. Leitura e debate de “Ahmed foge da guerra”
Após a leitura, proponha que os alunos expressem suas impressões por meio de textos, desenhos ou dramatizações.
- Linha do tempo dos direitos humanos no Brasil
Inclua marcos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição de 1988 e eventos como o caso de Margarida Maria Alves.
4. Cartazes de conscientização
Crie cartazes sobre a importância de proteger os direitos humanos, para exposição na escola ou na comunidade.
Convide as famílias e organizações ligadas aos direitos humanos do entorno do colégio. Abra espaço para que os participantes compartilhem vivências de violações ou exemplos de lutas por direitos.
5. Simulação de assembleia escolar
Organize uma atividade em que os alunos discutam e proponham regras de convivência baseadas nos direitos humanos.