Calor extremo: como as escolas podem se adaptar às altas temperaturas e proteger as crianças

Dicas de literatura para trabalhar o tema em sala de aula

Chegamos à reta final do ano letivo. Em meio à expectativa para a conclusão das últimas provas e para a chegada das férias, eis que surge um elemento surpresa para testar a nossa capacidade de resiliência: a onda de calor extremo. Ah… você vai me dizer que essa época sempre faz calor devido à aproximação do verão. Está certo, mas veja, o que está acontecendo agora é uma situação ‘sem precedentes’ no país. Em decorrência das altas temperaturas, 15 Estados brasileiros e o Distrito Federal estão sob alerta de “grande perigo”, segundo diferentes agências de metereologia.

A onda de calor, que pode persistir em algumas localidades nas próximas semanas, deve levar a recordes históricos de temperatura. A previsão é que em algumas cidades os termômetros marquem até 13 ºC a mais do que esperado para esta época do ano. E a sensação térmica também pode ultrapassar os 50 ºC em alguns locais. Então, não é exagero tomar algumas precauções, certo?

Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP

Entenda o fenômeno

O calor extremo está ocorrendo devido a uma conjunção de fatores — como o El Niño, a formação de um “domo de calor” e as mudanças climáticas. Uma massa de ar excepcionalmente quente vem fazendo com que boa parte do Brasil enfrente temperaturas mais altas que o normal.

Embora nós, brasileiros, estejamos adaptados à convivência com o calor, a situação é particularmente perigosa devido à sua extrema intensidade.

Estar exposto – especialmente nos horários de pico do calor, entre 12h e 16h – pode causar alterações no organismo que oferecem risco à saúde, principalmente para idosos, pessoas com comorbidades e crianças.

Como agir na escola

Oriente os profissionais da escola para que saibam identificar quando um aluno ou funcionário estiver passando mal devido ao calor. Veja algumas dicas:

A pessoa pode apresentar fraqueza, excesso de transpiração, tontura, palidez, cefaleia, náusea, sensação de desmaio e, às vezes, vômito.

Quando isso acontecer, procure levar o aluno/funcionário para um local fresco; hidrate-o; e, se necessário, deixe que descanse em um sofá ou maca (caso a escola tenha enfermaria).

Se for um aluno menor de idade, deixe-o em observação acompanhado de algum profissional da escola. Caso não melhore, ligue para os responsáveis.

ATENÇÃO: Quando a temperatura do corpo está muito elevada e ultrapassa a capacidade de autorregulação, a pessoa precisa ser levada ao hospital. Isso geralmente vem acompanhado de mal-estar, tremores e febre acima de 39ºC.

Para reforçar a hidratação, o soro de reidratação está disponível gratuitamente na rede pública de saúde, mas a escola também pode adquirir na farmácia. Há, ainda, uma receita caseira recomendada por profissionais de saúde: a medida é três pitadas de açúcar e uma de sal para um copo americano de água.

Cuidados a serem tomados nas próximas semanas:

Verificar a manutenção dos bebedouros para se certificar de que a água está purificada e em temperatura agradável

Orientar aos pais para que enviem garrafinhas de água para as crianças encherem durante o horário de aula

Os professores devem incentivar os alunos a beber água frequentemente. Isso porque a criança, quando percebe que está com sede, já pode estar um pouco desidratada.

Caso a escola não tenha ar condicionado nas salas, é essencial mantê-las arejadas e com ventilação constante.

Evitar a realização de atividades e aulas (ex.: educação física) ao ar livre, no sol, nos horários críticos, entre 12h e 16h.

É importante ficar atento também ao choque térmico, caso os alunos entrem e saiam com frequência de ambientes com e sem ar-condicionado.

Se a escola oferecer refeições aos alunos, priorizar alimentos leves e com pouca gordura; reforçar a oferta de frutas. Se os alunos levarem lanche de casa, a dica é mandar na agenda uma circular informando os responsáveis sobre a onda de calor, os cuidados necessários para enfrentar essa situação e pedindo que enviem lanches mais leves na lancheira. Reserve espaço na geladeira da escola para guardar os lanches perecíveis levados de casa pelos alunos. Em dias muito quentes, é recomendado evitar laticínios, como queijos e iogurtes, que podem estragar facilmente caso não sejam mantidos em refrigeração adequada.

Caso a escola permita o uso de calça jeans, oriente que evitem usar a peça durante os dias de calor extremo. O ideal é optar pelas peças de uniforme mais leves, de algodão, tactel ou malha.

Aula sobre as causas do calor

A escola também pode aproveitar a onda de calor histórica para trabalhar o tema em sala de aula. Veja as dicas:

Debate

Explique o tema, organize uma roda de conversa e peça que realizem trabalho de grupo.

Informações:
As temperaturas do planeta vêm se elevando nas últimas décadas. Especialistas apontam que esse fenômeno, conhecido como aquecimento global, é causado pelo acúmulo crescente de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa na atmosfera, graças à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento.
Quanto maior a quantidade de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera, pior o impacto para a vida na Terra.

Esses gases são responsáveis por absorver a radiação solar refletida pela superfície do planeta, fazendo com que o calor fique retido na atmosfera.

Assim, o mundo fica cada vez mais quente, acelerando mudanças climáticas e aumentando o risco de eventos climáticos extremos, como as ondas de calor intensas vistas agora no Hemisfério Norte, além de incêndios naturais, monções e enchentes.

Com as temperaturas aumentando em toda a Terra, há, segundo os especialistas, duas palavras de ordem: mitigação e adaptação.

A mitigação envolve medidas de curto, médio e longo prazo para proteger a Terra. Claro que essas medidas dependem da boa vontade das nações, mas conscientizar as novas gerações é um passo importante para garantir a sustentabilidade do planeta no futuro.

Filmes ou documentários

Escolher filmes sobre mudanças climáticas para passar em sala e debater com os alunos.

Palestra

Convidar um meteorologista para dar uma palestra sobre a onde de calor extremo.

Literatura

Trabalhar o assunto por meio da literatura. A Colli Books Editora tem alguns livros que abordam o tema de maneira lúdica e informativa.

O reino do tempo – indicado para Ensino Fundamental I

O livro, da autora Isa Colli, alerta para o desequilíbrio climático.
Em uma terra distante, dois bondosos monarcas viviam em harmonia com a natureza, comandando as estações do ano. Com o passar do tempo, sentiram a necessidade de encontrar substitutos para a tarefa.

Quatro crianças mágicas foram, então, preparadas para assumir essa responsabilidade e espalhar seus encantos por toda parte. Cada um foi batizado com o nome de uma estação: Primavera, Verão, Outono e Inverno.

Seria preciso, no entanto, manter o equilíbrio entre os quatro para garantir a continuidade deste trabalho tão importante para as pessoas que vivem no Planeta Terra. Será que eles irão conseguir?

O Sol que queria tomar banho de Lua – indicado para Ensino Fundamental I

O Sol estava cansado de ouvir as canções sobre o astro noturno e das pessoas comentando sobre como era admirar a Lua. A grande estrela amarela estava determinada a tomar banho de lua, então bolou um plano: se escondeu atrás de uma nuvem imaginando que isso faria a Lua aparecer.

Nós sabemos que há dois acontecimentos que fazem parte da nossa vida diariamente: de dia há o Sol e de noite há a Lua. E, sabemos também que para um aparecer, o outro precisa ir embora.

Já dá para imaginar o que aconteceu quando o Sol se escondeu: os dias se tornaram intermináveis e a Lua não aparecia de nenhuma maneira.

Diversas nuvens imploravam para a estrela ir embora e deixar a Lua surgir. A vida das pessoas estava sendo afetada, pois só havia dia. Porém apesar das tentativas das nuvens, o Sol não saia do lugar.

Para a Lua finalmente aparecer, o Sol foi preso por 12 horas. Durante o tempo na prisão, o delegado explicou gentilmente ao Sol que a sua magia era ter nascido para iluminar o mundo e que ele devia seguir o seu destino.

A estrela então entendeu o seu propósito e prometeu nunca mais fazer algo assim novamente. Ele então seguiu iluminando e trazendo alegria para as pessoas durante o dia.

O Natal de Jorginho – indicado para Educação Infantil

É possível aprender as diferenças culturais entre países tropicais, de clima muito quente, e países de clima muito frio, com uma história infantil? Sim! E Jorginho nos mostra isso em uma aventura incrível sobre as suas expectativas com a chegada do primo espanhol para passar o Natal em sua casa, no Brasil.

Se o Papai Noel usa roupas adequadas para o frio, e bonecos de neve enfeitam a decoração típica desta época do ano, faz sentido que uma criança espere ansiosamente ver flocos de gelo na noite feliz. A frustração vivida pelo menino que, ao contrário do que imaginava, se depara com o calor escaldante do verão carioca é o fio condutor do livro “Natal do Jorginho”, escrito pelo autor mirim Tiago Vilariño, em parceria com sua mãe, a jornalista Tais Faccioli.

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