Mês do Meio Ambiente: iniciativas que fazem a diferença

O Mês do Meio Ambiente começa ainda sob o impacto da tragédia ambiental que devastou o estado do Rio Grande do Sul e provocou a morte de mais de 160 pessoas. A recuperação da região vai levar um bom tempo. Infelizmente, são muitos os exemplos de cidades afetadas por desastres ambientais que até hoje não se recuperaram totalmente, como Mariana (MG), Brumadinho (MG) e Petropólis (RJ). Há, no entanto, exemplos de cidades ou países que se destacam com ações que têm feito a diferença na preservação do meio ambiente.

Antes de contar quais são essas iniciativas, compartilhamos informações sobre a importância do mês de junho para fomentar ações de sustentabilidade. Vamos lá:

Junho é considerado o Mês do Meio Ambiente em todo o mundo. Ele foi criado em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. O intuito das ações promovidas nesse período é ampliar a consciência sobre os desafios ambientais e incentivar a participação das pessoas, empresas e governos na proteção do planeta. Ou seja, cada um de nós pode contribuir para um futuro mais sustentável.

Chamar a atenção para este tema em junho é importante, no entanto, é fundamental que a consciência ambiental esteja presente em nossas vidas o ano inteiro.

Exemplos positivos

Cubatão: de vale da morte a modelo de recuperação ambiental (ainda com ressalvas)

O site Jus Brasil conta, em detalhes, a história de superação da cidade paulista de Cubatão, que ficou mundialmente conhecida como o “Vale da Morte”. Nas décadas de 1970 e 1980, o município se transformou em uma potência industrial. O problema é que essas indústrias surgiam diariamente, sem nenhuma preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. E a conta chegou um dia.

Qualidade do ar muito ruim, cheiro de amônia no ar, fuligem nas ruas, rios sem peixes, céu sem pássaros e uma mudança radical no aspecto urbano da cidade, que algumas décadas antes era um lugar aprazível pela proximidade da Mata Atlântica. Os consultórios médicos começaram a ficar lotados de pessoas com problemas respiratórios.

No início da década de 80, Cubatão tinha o maior índice nacional de anencefalia, de crianças que nasciam sem cérebro. Isso chamou a atenção de médicos e autoridades, que passaram a perceber que o ar da cidade, que era denso, com cheiro ruim e até cor, poderia estar afetando a saúde das pessoas. O índice de mortalidade infantil era altíssimo comparado à média nacional. Cubatão era líder em casos neurológicos e respiratórios no país.

Neste período, começaram a ser divulgados os primeiros levantamentos sobre o ar de Cubatão. A ONU passou a monitorar a situação e a cidade passou a ser citada como modelo nefasto de como o homem pode transformar o meio ambiente, tornando-o um local inviável para a vida humana.

A reportagem no site Jus Brasil revela que o governo decidiu agir. Um plano emergencial foi desenvolvido para recuperar a qualidade do ar, com medições frequentes e controle das atividades realizadas pelos agentes poluidores. No final da década de 80, com a Agenda 21, Cubatão passou a adotar um projeto de desenvolvimento sustentável. Em poucos anos, os resultados apareceram, com fiscalização e acompanhamento constante. O projeto também incluía despoluição dos rios e córregos, instalação de filtros nas chaminés e um rigoroso gerenciamento de todos os resíduos produzidos. O governo iniciou a recuperação da Mata Atlântica e replantio de árvores, buscando restabelecer a vegetação nativa e trazer de volta espécimes que haviam desaparecido do ecossistema devastado. Com investimentos de US$ 3 bilhões em sistemas de controle, entre 1983 e 2015, Cubatão perdeu o apelido de “Vale da Morte”.

E depois de ter sido rotulada pela ONU como a cidade mais poluída do mundo, a mesma entidade, durante a Rio 92, reconheceu Cubatão como símbolo de recuperação ambiental, com controle de 98% dos poluentes lançados em seu ambiente.

O engajamento da população foi fundamental neste processo, com ações de educação ambiental. O número de pessoas com problemas respiratórios e bebês com má formação reduziram sensivelmente, retornando à média brasileira.

Restou, porém, um alerta: apesar de tantos avanços, estudos realizados pela OMS demonstram que a exposição anual dos cubatenses a materiais poluentes ainda é três vezes maior que a considerada desejável. Torcemos para que um dia esse problema também seja superado.

Exemplo que vem do Ceará

O site oficial da prefeitura de Fortaleza aponta que a capital do Ceará é a única cidade do Brasil a atingir todos os parâmetros que consideram a qualidade do ar boa, segundo o 6º Relatório Anual Mundial sobre a Qualidade do Ar, feito pela empresa suíça, IQAir. O documento, divulgado em março deste ano, analisa os níveis de poluição do ar em diversos países e a capital cearense se destacou entre 38 cidades brasileiras que participaram do estudo, atingindo todas as diretrizes determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Bicicleta contra a poluição

Na Europa, vários países incentivam os cidadãos a trocar os veículos motores pela bicicleta. Reportagem do Uol mostra que a Holanda é o país com o maior número de ciclistas per capita. Cada holandês é dono em média de 1,3 bicicleta. Além das ruas, terem uma ótima infraestrutura para quem faz uso da bicicleta, atualmente o governo paga 0,21 euro (1,14 real) por quilômetro para quem pedala da casa ao trabalho. E a ideia é aumentar esse incentivo a 0,23 euro em 2024.

Com esse programa, um ciclista holandês que roda 10 quilômetros por dia durante 5 dias por semana poderia ganhar até 504 euros (cerca de R$ 2.750) por ano. Essa quantia é paga diretamente ao trabalhador no seu recibo de salário.

A Bélgica também tem um programa parecido. A compensação econômica é de 0,24 euro (cerca de R$ 1,31) por cada quilômetro pedalado para quem troca o carro e o transporte público pela bike.

Na Inglaterra, o programa para incentivar o uso das bicicletas é feito de outra maneira. O governo britânico tem o programa Cycle2work (Pedale ao trabalho), que oferece incentivos fiscais para trabalhadores e empresas.

A França é outro bom exemplo onde os líderes políticos incentivam o uso de bicicletas elétricas. Atualmente, o governo francês subsidia com até 4 mil euros (cerca de R$ 22 mil) quem vender seu carro e comprar uma e-bike; O objetivo do governo francês, segundo o UOL, é que até 2025, 9% da sua população use a bicicleta como meio de transporte.

E você, querido leitor, o que faz em benefício do planeta? Fica aqui o nosso pedido para que reflita sobre isso!