6 ideias criativas para trabalhar patrimônio histórico

“Um povo que não valoriza o patrimônio, não preserva a sua memória.” Essa frase pode ser o ponto de partida para se trabalhar em sala de aula o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, comemorado no dia 17 de agosto. Afinal, é preciso mostrar aos alunos, desde cedo, que cuidar do patrimônio é como cuidar da nossa própria casa. Danificar monumentos, fazer pichações em fachadas de prédios tombados, quebrar estátuas e outros atos de vandalismo são atitudes que contribuem para a destruição da nossa história. Se as crianças crescem com essa noção de respeito ao espaço público, se tornarão adultos muito mais conscientes.

Por isso, preservar as paisagens, as obras de arte, as festas populares, a culinária ou qualquer outro elemento cultural de um povo, é manter a identidade desse povo.

Mas como surgiu essa data? O dia do patrimônio foi escolhido em homenagem ao historiador e jornalista, Rodrigo Melo de Andrade (1898-1969), responsável pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, órgão responsável pela proteção e preservação dos bens culturais nacionais, edifícios, centros urbanos e sítios arqueológicos, assegurando a permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras.

Para um patrimônio entrar, por exemplo, na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o país onde ele se localiza assume a responsabilidade de garantir a sua preservação.

Dos 1073 sítios listados pela ONU, o Brasil guarda 21 deles e fica em 12º lugar entre os apiedes com o maior número de Patrimônios Mundiais.

A campeã no quesito preservação é a Itália, com 53 sítios. A região centro-norte do país concentra a maior parte deles, mas no sul também se pode encontrar alguns. Grande parte dos patrimônios é de caráter cultural, como a Cidade de Verona, fundada no primeiro século antes de Cristo, ou os centros históricos de Roma a Florença.

A China vem em segundo lugar com 52 sítios. O mais famoso deles é a Grande Muralha da China, que entrou para a lista em 1987.

A Espanha fica em terceiro com 46 patrimônios da lista da UNESCO. Entre os culturais, os mais famosos são a fachada e a cripta da Sagrada Família.

Explique aos seus alunos:

O que é um patrimônio histórico?

Um patrimônio histórico é um bem material ou natural que teve muita relevância em determinado tempo de uma sociedade ou comunidade. O conceito começou a ser disseminado a partir do século 19 e pode ser aplicado a prédios, ruínas, estátuas, esculturas, templos, igrejas, praças e até mesmo uma cidade. 

O tombamento de bens patrimoniais históricos serve para garantir a sua preservação, uma vez que depois de tombados, eles não podem mais ser demolidos. A preservação desses bens materiais é feita com base em processos de restauração e manutenção, sem que qualquer característica original se perca. 

Qual a importância de um patrimônio histórico?

Um patrimônio histórico é uma ótima fonte de pesquisa sobre raízes e tradições da sociedade, uma vez que ele é resultado de diversas manifestações ao longo do tempo por diversas culturas e povos.

Principais patrimônios históricos do Brasil

Nosso país abriga diversos bens históricos. Conheça alguns:

Centro Histórico de Olinda (Pernambuco) 
O centro histórico de Olinda se remete ao início da colonização portuguesa no Brasil, no século 16, quando se consolidou como sede da Capitania de Pernambuco, no período áureo da economia de cana-de-açúcar. O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico foi tombado pelo Iphan em 1968.

Centro histórico de Salvador (Bahia) 

O centro histórico de Salvador é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português pela riqueza de suas construções, que foi inscrita no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em 1984.

São exemplos também a cidade de Brasília e o famoso Cristo Redentor no RJ.

Agora, vamos compartilhar algumas ideias de atividades:

  1. Substitua uma das provas de história pela realização de um trabalho de grupo. Os alunos vão escolher um patrimônio tombado e fazer uma maquete reproduzindo o espaço. No dia da apresentação, cada grupo conta a história e curiosidades sobre o sítio escolhido.
  2. Organize uma caminhada cultural no bairro, percorrendo bens culturais. Trace um roteiro que inclua igrejas, praças, monumentos, determinadas ruas, etc
  3. Fazer visitas guiadas em Museus famosos da cidade onde fica localizada a escola;
  4. Exibição de filme/documentário, seguido de roda de conversa sobre o patrimônio cultural da região.
  5. Promover um concurso de fotografia sobre o tema e organizar uma mostra fotográfica com os vencedores.
  6. Desperte nos pequenos a vontade de cuidar do patrimônio por meio da literatura. O ambiente lúdico dos livros ajuda a cativar a garotada. A editora Colli Books sugere o livro “Incêndio no Museu” para explorar o tema.

O título é inspirado no incêndio do Museu Nacional, ocorrido em 2018, e fala da preservação do nosso patrimônio. O livro resgata, em uma linguagem atraente para as crianças, a história de um importante patrimônio cultural do país. 
 
A fábula apresenta uma mistura de realidade e ficção sobre o fatídico incêndio que atingiu a mais antiga instituição científica do Brasil, trazendo em sua narrativa animais como personagens principais. Na obra, Isa Colli proporciona ao leitor a sensação de passear pelos corredores do museu, com sua narrativa cheia de detalhes sobre os diferentes espaços do local, as peças e relíquias que lá existiam.
 
“É uma data imprescindível a ser lembrada, pois permite a construção cultural e a memória de um país”, ressalta a escritora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *