Dia Nacional de Combate ao Bullying – como trabalhar o tema em sala de aula

O mês de abril tem um assunto importante para ser levado para a sala de aula: o Dia Nacional de Combate ao Bullying (7/4). Essa data, criada pela Lei 13.277 de 2016, marca o massacre de Realengo, bairro da cidade do Rio de Janeiro, onde um rapaz de 23 anos, que sofreu Bullying na infância, entrou na escola e matou doze crianças, em 2011. Depois que ele foi atingido por um vigilante, cometeu suicídio. Após o crime de Realengo, vários outros aconteceram ao longo dos anos. Por isso esse tema ganhou tanta relevância, a ponto de virar lei.   

O primeiro ponto para trabalhar o bullying na escola é explicar o que ele significa: o termo define todas as manifestações de violência física ou psicológica contra crianças e adolescentes, o que causa dores e angústias.  

Geralmente, os alvos preferidos são os alunos que fazem parte de minorias. Ou seja, a discriminação costuma ocorrer em decorrência de orientação sexual, crença religiosa ou alguma característica física ou comportamental, como o excesso de timidez. Estudantes que têm um transtorno de aprendizagem também podem ser mais vulneráveis. 

Atividades para trabalhar com seus alunos 

  1. Literatura 

Livros são grandes aliados na abordagem do bullying em sala de aula. Personagens consagrados do universo infantojuvenil podem ser utilizados como referência de condutas que devem ou não ser adotadas na vida real. 

A editora Colli Books tem, em seu catálogo, títulos sobre este tema. Um deles é “Descobertas de Inaiá”, da autora Isa Colli.  

O título conta a história da indígena Inaiá. A menina descobre um mundo repleto de desafios e novidades quando começa a estudar em uma escola fora da aldeia. A chegada da jovenzinha no colégio novo muda a sua vida e a dos colegas de classe. Juntos, eles aprendem as tradições indígenas, as heranças culturais de diferentes nações e a importância de se respeitar as diferenças.  

O livro aborda, ainda, questões delicadas como o bullying, já que Inaiá é rejeitada por um dos colegas de turma. “Falar para adolescentes é para mim um grande desafio. E abordar o bullying na escola é uma oportunidade para promover o diálogo e a reflexão sobre esse tema tão atual e presente na vida das nossas crianças e jovens”, afirma Isa.  

A autora acrescenta que é importante também envolver as famílias nas conversas. “É preciso provocar a reflexão sobre o quanto o bullying é causador de angústias e sofrimentos para todos os envolvidos, sejam os agressores, as vítimas ou os alunos e profissionais que testemunham a violência”, avalia.  

Já a obra “E se fosse você?”, da escritora Anete Lacerda, fala de Lili, uma menina que sofria bullying na escola. 

O livro pode ser mais um grande aliado na abordagem deste tema tão delicado. “Levar o hábito da leitura para a sala de aula, especialmente nas séries iniciais, é fundamental para discutir temas sérios, que causam dor e tristeza a uma parcela grande da população que sofre de bullying, gordofobia e racismo. Fazer isso de forma lúdica certamente ajuda na construção de uma sociedade melhor. Perceber que sua história pode ser a de mais pessoas te mostra que é possível superar as dificuldades ou até mesmo mudar comportamentos, se perceber que eles fazem mal aos outros”, comenta.  

Anete continua: “Se quisermos mudar o mundo precisamos trabalhar com as crianças. O ambiente escolar, por si só, é local de grande aprendizagem. Mas também onde essas práticas acontecem com muita frequência. Aconteceu comigo num tempo em que não se discutia, ou se desconhecia e até ignorava esses temas, e isso me fez muito mal. Espero que os professores tenham um material que lhes permita conversar francamente com os alunos. Que eles entendam que a diversidade tem que ser respeitada”. 

Informações sobre os livros citados estão disponíveis aqui em nosso no site www.collibooks.com/loja  

  1. Documentário 

A Ubook, maior plataforma de audiotainment da América Latina, lançou em 2021 o documentário em áudio “O Massacre de Realengo – Marcas de uma tragédia”. A produção original apresenta as lembranças de quem viveu a tragédia, os aprendizados adquiridos ao longo dos anos e os motivos que levaram um jovem a cometer aquele ato de terror, além das medidas tomadas para se evitar episódios semelhantes no futuro.  

É um bom material para ouvir com os alunos e depois preparar trabalhos e textos sobre o documentário. O link de acesso é: https://www.ubook.com/download/index 

  1. Roda de conversa  

O professor pode propor uma roda de conversa para que os alunos falem se já vivenciaram o problema, como agir diante de uma situação de bullying, etc…

É importante mostrar o que os estudantes podem fazer e a quem recorrer caso sejam vítimas de ataques de colegas.   

Vale também refletir sobre os diferentes tipos de bullying e as medidas que poderiam ter sido tomadas para evitar situações extremas, como massacres protagonizados por adolescentes que foram vítimas.  

  1. Dados dos sentimentos  

O projeto “Intervenção Bullying” propõe um jogo pedagógico voltado para a análise de emoções. A dinâmica consiste em reunir as crianças em círculos para falar sobre sentimentos. Com a mediação da professora, cada um joga o dado dos sentimentos, cujas partes representam uma expressão (triste, zangado, contente e envergonhado). Cada criança, então, precisa falar sobre uma situação em que esteve com aquele determinado estado de espírito. Por meio das respectivas histórias, os pequenos vão adquirindo consciência sobre atitudes que podem gerar aquelas reações – e, dessa forma, são orientados a não agir de determinada forma para não magoar o próximo.

(Fonte: site Unorobótica) 

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